Coinbase garante aprovação regulatória para lançar uma bolsa de criptomoedas totalmente licenciada na Argentina
A Coinbase recebeu aprovação para operar sua exchange de criptomoedas na Argentina após se registrar como Prestador de Serviços de Ativos Virtuais (VASP) junto à Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNV) do país. Esse marco representa a entrada da Coinbase em um mercado altamente atrativo, impulsionado pela necessidade urgente de inovação em meio à crise econômica. Curiosamente, essa crise acabou acelerando a adoção das criptomoedas na região, tornando sua expansão quase inevitável.
De acordo com a Chainalysis, a Argentina recebeu mais criptomoedas do que qualquer outro país da América Latina, totalizando um impressionante volume de US$ 91 bilhões em transações entre 2023 e 2024. Isso torna o país um alvo estratégico para empresas globais de criptomoedas, incluindo a Coinbase. Enquanto a plataforma busca expandir sua presença, a Argentina se destaca como um mercado promissor devido às suas altas taxas de adoção de criptomoedas e à crescente demanda por alternativas aos sistemas financeiros tradicionais.
A Argentina recebeu US$ 91 bilhões em transações de cripto. Fonte:Chainalysis
Fabio Plein, Diretor da Coinbase para as Américas, ressaltou em um comunicado oficial que, para os argentinos, as criptomoedas não são apenas um investimento, mas uma ferramenta essencial para recuperar sua independência financeira em meio à instabilidade econômica persistente do país.
Pesquisas da Coinbase indicam que 87% dos argentinos acreditam que a tecnologia blockchain pode melhorar sua independência financeira, enquanto 76% veem as criptomoedas como uma solução contra a inflação e as altas taxas de transação. Com mais de 5 milhões de pessoas utilizando criptomoedas regularmente, a Argentina se consolida como um dos mercados mais estratégicos para a Coinbase.
Quanto à adoção das stablecoins, elas representam 61,8% das criptomoedas recebidas no país, um percentual muito superior à média global de 44,7%. Esse fenômeno se deve à hiperinflação na Argentina, que leva muitos cidadãos a recorrerem às stablecoins como forma de proteger suas economias contra a volatilidade da economia. Por exemplo, as taxas de transação do Bitcoin para uma transferência de US$ 10.000 costumam ser elevadas, o que faz com que muitos usuários prefiram stablecoins como alternativa mais eficiente.
Volume de transações da Argentina por ativo. Fonte: Chainalysis
Embora a Argentina não lidere a adoção global de criptomoedas, o país já superou o Brasil em volume de transações. Além disso, parcerias como a da XRP com a Amazon e outras iniciativas tornam a Argentina um mercado atraente para gigantes do setor, como a Coinbase.
Além da adoção das criptomoedas, a Argentina também está avançando na integração da tecnologia blockchain. Em 2024, a cidade de Buenos Aires incorporou o Ethereum ao currículo do ensino médio por meio de uma parceria com a organização ETH Kipu, demonstrando o compromisso do país com a educação sobre blockchain.
Para fortalecer ainda mais sua posição como um hub de blockchain, Buenos Aires lançou um programa utilizando a blockchain de segunda camada do Ethereum, ZKsync, para registrar digitalmente 3,6 milhões de residentes. Agora, seus documentos de identidade podem ser acessados por meio de dispositivos móveis, mostrando como a tecnologia blockchain está sendo integrada aos serviços públicos para melhorar sua eficiência.
Com a Coinbase anunciando sua aprovação para operar na Argentina, a exchange pode estar consolidando sua posição como uma das líderes do mercado e se tornar um dos principais agentes na adoção de criptomoedas na América Latina. O aumento do uso das stablecoins e a crescente integração da blockchain mostram como os argentinos utilizam as finanças digitais como um refúgio seguro em meio à crise. Mas, se tudo correr conforme o esperado, isso pode levar a algo ainda maior.
Mauro Liberman, cofundador da Crypstation, uma cafeteria sediada em Buenos Aires que aceita criptomoedas como pagamento, 24 de novembro de 2022.
Fonte: context.news
Ao focar nos serviços de exchange e na educação sobre criptomoedas, a Coinbase pode estar pavimentando o caminho para um ecossistema cripto mais robusto e transparente na Argentina. À medida que o país continua expandindo suas iniciativas em blockchain, incluindo a integração do Ethereum e do ZKsync, e a Coinbase impulsiona a educação cripto, o futuro das criptomoedas na Argentina pode depender não apenas dos investidores que acumulam ativos, mas também daqueles que desejam usá-los no dia a dia – como, por exemplo, para pagar um café.
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